Por Higor Maffei Bellini
Jogo de futebol no domingo às 20h30 pode soar como um bom programa para fechar o fim de semana. E, de fato, é, mas apenas para quem assiste do sofá, em sua casa, no conforto do lar, pela televisão ou por algum sistema na internet, no telefone, seja lá como for o meio escolhido.
Acompanhando pela televisão, naquele canto favorito da casa, ou até mesmo no restaurante ou no hotel, o torcedor janta, se acomoda com a família ou sozinho, e termina o dia, já planejando as atividades da próxima semana, com o jogo rolando na TV.
Assm, ao fim dos 90 minutos, é só desligar, escovar os dentes e ir dormir. Conveniente. Tranquilo. Sem trânsito, sem filas, sem perrengue.
Mas quem se aventura a ir ao estádio vive outra realidade, que me faz falar isso: jogo de futebol domingo à noite é para quem está acompanhando pela televisão, internet ou rádio.
Apesar de o horário noturno permitir o tradicional almoço em família aos domingos, quando, via de regra, todos estão de folga, uma prática cada vez mais rara, ao menos no Brasil, o torcedor paga o preço mais tarde.
Seja o torcedor do time mandante, que tem de sair do estádio e ir para casa, chegando por volta da meia-noite e que precisa levantar cedo na segunda-feira; seja o visitante que encara estrada ou avião, o retorno para casa se transforma em sacrifício. Dormir bem? Só na terça.
O resultado é um esvaziamento gradual das arquibancadas nesses horários. Não por falta de paixão, mas por limites da rotina. Futebol ao vivo é experiência e, quando o jogo, que só acaba quando se chega em casa, termina quase meia-noite, a experiência vira obstáculo.
Está na hora de repensar. Se o domingo é dia de futebol, que seja para todos, não só para quem fica em casa