Por Higor Maffei Bellini
A princípio, eu iria falar apenas sobre como foi a minha primeira vez vendo a Marta em campo, ao vivo e a cores. Já a tinha visto pela televisão, mas não é a mesma coisa. Na TV, não se consegue perceber a movimentação da atleta como ao vivo.
A presença dela levou muitas pessoas a saírem de casa em uma sexta-feira fria, na cidade de São Paulo, apenas para dizer que a viram. Afinal, assim como grande parte dos jogadores da seleção masculina, ela fez a maior parte da sua carreira no exterior.
Pensei até em comentar, sobre a experiência que o estádio proporciona, como a pizza de mussarela vendida dentro do estádio é boa — poderia ter mais molho, mas aí é uma questão de gosto pessoal. Quase tudo isso, inclusive, eu falei na minha coluna no portal O Norte Online.
Mas decidi falar dos bastidores, do que gira em torno de uma partida de futebol, deste nível, — aquilo que quase ninguém comenta, mas que muita gente deseja entender.
Um jogo desse porte é valioso não apenas pelo que acontece em campo (como a preparação para a Copa América Feminina, a ser disputada no Equador neste ano de 2025), mas também pelas conexões que ele proporciona fora das quatro linhas, para todos os envolvidos.
Agentes de atletas acompanham os jogos, seja para observar seus clientes em campo, seja para levar outros atletas que podem, no futuro, ser convocados — já começando a entender como funciona a seleção nos bastidores.
Serve também para dirigentes de clubes conversarem entre si, seja sobre questões institucionais, seja apenas trocando amenidades, já que muitos são amigos, a rivalidade fica para a torcida, ou para a imprensa que usa algumas declarações para conseguir audiência.
É uma oportunidade para patrocinadores da seleção levarem seus clientes ou pessoas com quem desejam manter contato, assistirem aos jogos ao vivo enquanto falam de negócios. E, claro, serve também para que as pessoas demonstrem que estavam lá — aumentando sua visibilidade no meio esportivo, especialmente por meio de fotos com atletas nos camarotes ou na saída dos vestiários.
Um jogo como esse movimenta muito mais do que apenas a bola em campo. Ele faz girar uma rede de relacionamentos, negócios e oportunidades que nem sempre aparecem nas câmeras, mas que fazem toda a diferença nos bastidores do futebol.
E lembrem que a expressão "não é só futebol" também pode ser interpretada pela ótica dos negócios extra campo, gerados.