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Direito, gestão e esportes

Direito, gestão e esportes

Por Higor Maffei Bellini. 

 

Confesso que achei estranho no começo, com desconfiança mesmo, essas partidas às 18:00h marcadas só para atender aos interesses da televisão.

 

Lembrem-se, sou da década de 1970, comecei a entender o futebol nos anos 1980, quando os jogos eram de domingo às 16:00h, o que fazia com que o café na casa da minha avó paterna fosse servido às 16:45.

 

Sim, era no intervalo do jogo do Palmeiras, ou de qualquer outra equipe. O importante era aproveitar o intervalo da partida.

 

O tempo passou e eu passei a ir ver os jogos nos estádios, aí já não tinha mais café na avó. 

 

E, recentemente, os jogos passaram a acontecer também às 18:00. Não gostava, preferia que estivesse acabando nesse horário e não começando, para eu poder chegar em casa cedo e descansar para trabalhar nas segundas-feiras.

 

Mas tenho percebido que, sendo às 18:00, posso almoçar sem pressa, para sair e ir aos estádios. Eu, que estou com quase meio século de vida, passei a dar muita importância para o almoço de domingo em família.

 

A minha contagem de almoço em família passou a ser regressiva, não mais progressiva. Nunca sei quando será o último com meu pai e minha mãe.

 

Além de não precisar correr com o almoço, se é jogo que vou ver pela televisão, posso descansar e dormir no sofá depois do almoço. E é tradição dormir no sofá e não na cama, depois do almoço.

 

E começando às 18:00, se vou ao jogo, estou em casa às 20:30 para tomar banho e jantar. E dormir no mesmo horário de sempre.

 

Então estou me readaptando, pois vejo que esse horário para a minha pessoa é melhor, muito melhor que as 16:00.

 

Viram como um cão velho pode aprender novos truques. É só ter disposição. 

 

 

 

 

 

 

Por Higor Maffei Bellini.

 

Sempre é bom lembrar que a justiça desportiva não existe como um ramo do poder judiciário, até porque, em caso de competições internacionais, como é o caso da Libertadores, quando se fala em futebol, ou da Liga Sul-Americana de Basquete, não se poderia obrigar os clubes dos demais países a se submeterem à justiça de um deles.

 

A justiça desportiva, que é praticada e exercida no âmbito administrativo das entidades esportivas, para se manter as situações ocorridas dentro dos campeonatos, fora do poder judiciário local, preservando a alegada autonomia esportiva, que seria a possibilidade do esporte ser praticado mundialmente, sem ter de se adaptar às legislações locais.

 

Feita essa consideração inicial, é importante pensar que, no que se trata de competições de clube ocorridas na América do Sul, temos de conciliar realidades econômicas muito diferentes, não falo só de câmbio, já que a multa é fixada em dólar, para se ter um denominador comum, mas também da realidade econômica de cada país. Fazendo com que existam realidades distintas em cada um deles, com clubes faturando na casa das centenas de milhões de dólares enquanto outros "apenas" na casa das dezenas de milhões.

 

O que faz com que uma multa aplicada a um determinado clube possa não o fazer repensar seus procedimentos, ou orientar melhor seus jogadores e torcedores, por ser muito tranquilo de pagar a multa, ao passo que para outros a mesma multa poderá inviabilizar o pagamento das suas obrigações básicas do mês.

 

A multa desportiva deve ser arbitrada de tal modo que não inviabilize a continuidade do clube na competição presente ou futura, se a sua participação foi condicionada ao pagamento da punição anterior, bem como não pode ser de tal monta que se torne impagável, pelo clube simplesmente não ter capacidade econômica para tal. Ou ainda pior, o atleta ou membro da comissão técnica, depois de desligado do clube, pelo qual for julgado, não conseguir pagar sozinho a multa e o novo clube não o contratar, por saber que a multa deve ser paga.

 

Uma multa muito elevada, além de impedir a continuidade da equipe na competição, poderá colocar em risco a própria razão de ser da multa, pois se for tão elevada que os clubes sabem que, se ela for aplicada, não terá como ser paga, pode fazer com que ela seja revista para ser diminuída, ou até mesmo anistiada.

 

Não há glória eterna em se passar de fase em uma competição, por não ter adversário capaz de pagar a multa imposta. Fair play financeiro também é fazer com que as penalidades possam ser pagas por todos os participantes e não apenas pelos mais ricos. A capacidade financeira não pode servir de parâmetro para a aplicação ou não de multas. Bem como não pode servir de parâmetro para a continuidade em uma competição, cujo critério de classificação seja por meio de critérios de competições e não apenas o pagamento de uma taxa financeira.

 

E não é válido o argumento de que, mesmo a multa sendo elevada, quem não der causa a ela não terá de se preocupar, servindo a multa apenas para inibir a conduta, pois, uma hora, alguém a terá de quitar e este alguém poderá ser um clube, sem condições financeiras de o fazer, que será prejudicado esportivamente, por uma decisão do tapetão.

 

Assim, ou a multa pode ser paga por todos, uns com mais facilidades que outros, ou não poderá ser imposta a ninguém, sob pena do fator econômico prevalecer sobre o técnico.

 

."Porrada neles. No campo e fora, se tiver que ser."

Essa frase dita em uma entrevista, por uma atleta, em entrevista a um ex-atleta, pode ter, sim, motivado os argentinos a jogarem muito mais que o selecionado brasileiro.

O jogo foi algo como são os jogos entre Argentina e Brasil, com muita disputa de bola, com entradas duras, às vezes duras demais, com muita disposição e muita falação entre os atletas.

Foi um jogo com retoques para os jogadores da Argentina, não era apenas um jogo de eliminatórias de Copa do Mundo, mas sim um jogo para recuperar o orgulho da nação.

Por isso que penso que a fala do atacante brasileiro foi infeliz, pois deu um material extra para motivar os adversários para o jogo.

Não que atletas deste nível precisem de motivação extra, mas o ser humano que entra em campo pode sim ser motivado além do ordinário por declaração do adversário, já que antes de tudo somos humanos.

Saber o que não falar sobre um adversário é de extrema importância para, qualquer atleta de qualquer equipe.

Creio que o trabalho do Dorival Júnior passa a ser ainda mais contestado pela imprensa, bem como pela torcida, nem tanto pelo placar, mas pela forma como o Brasil não jogou.

Pode ser que venha uma troca de comando, já que a primeira opção não era ele para o comando do time, mas aguardamos. 

 

Por Higor Maffei Bellini.

 

Para quem é torcedor, aqui falo daquele que torce para um clube, a data FIFA é um problema, já que nos faz ficar longe da nossa paixão.

 

Não é o mesmo sentimento torcer para um clube, aquele que aprendemos a amar na infância e que nunca trocamos. Não se troca de clube, se troca de sexo, de religião, de companheiro ou companheira, mas, jamais, de clube. E torce para uma seleção nacional.

 

Quem torce para um clube não poder ver o seu time de coração em campo, em razão da paralisação da competição para jogos de seleções, é complicado, para dizer o mínimo. Pois se fica distante do objeto da sua obsessão.

 

Não adianta querer substituir o jogo do clube pelo jogo da seleção, pois não é o mesmo sentimento.

 

E assim o domingo fica sem aquele ritual de ver o jogo do time, depois acompanha os programas esportivos para escutar se a sua opinião combina com a do pessoal na televisão.

 

Por Higor Maffei Bellini.

 

Eu sempre digo isso, algumas vezes escrevi sobre isso, para tentar esclarecer o mito de que os atletas são sempre prejudicados.

 

Pessoal, o atleta passa, ele fica por um breve período. Mas os clubes ficam para sempre, ou até serem extintos.

 

Os atletas sabem disso e usam a seu favor esse fato.

 

Pois, se o clube cair de divisão, os atletas que estavam na queda saem até pelo elevado valor do salário. Tendo o clube de buscar novos atletas para jogar a divisão inferior.

 

Por isso, os clubes acabam se rendendo à pressão dos jogadores para trocar os técnicos.

 

Pois é mais simples trocar um empregado do que trocar o elenco todo.

 

Os clubes não batem de frente com os atletas, pois têm medo deles sentarem no contrato, não querem ser negociados e assim ficarem recebendo elevados salários, mesmo sem jogar.

 

Nesses dois exemplos, vemos como os clubes ficam reféns dos atletas, se estes quiserem existir alguma situação, pois não há, por vezes, como pagar o custo de dizer não aos atletas 

 

Por Higor Maffei Bellini.

 

Não é um texto sobre o jogo do Brasil, que ainda está ocorrendo, mas de uma recordação que o jogo me trouxe.

 

Voltei uns 35 anos no tempo, quando eu tinha há pouco mais de dez anos, e meus pais tinham um apartamento na Praia Grande, litoral de São Paulo.

 

Acompanhando o jogo com toda a minha família, entenda-se meus pais e meu irmão Confesso que não lembro o adversário.

 

O esporte, assim como a música, tem esse poder de nos fazer lembrar de acontecimentos passados, lugares e pessoas. E hoje entendo isso.

 

Percebo, chegando aí a quase meio século de vida, que, dando os antigos falavam de jogos de trinta, quarenta anos passados, não falavam do jogo em si, mas das boas recordações que o jogo guarda.

Por Higor Maffei Bellini. Falando sobre a pausa provocada pela disputa das eliminatórias da Copa do Mundo de Futebol, vocês já pararam para pensar como ela muda nossos hábitos?

 

Eu estou no Brasil e às quartas-feiras é tradicional ter disputas passadas na televisão aberta, bem como nos canais por assinatura, mas em razão da pausa para as eliminatórias, grande parte dos campeonatos não tem jogos sendo transmitidos.

 

Temos a Copa do Nordeste, passando nos canais a cabo, mas, como o time para o qual eu torço não a disputa, não acompanho.

 

E por isso mesmo não estou acompanhando a partida na televisão.

 

Assim como não tem o Palmeiras na televisão, ou o campeonato que ele disputa, estou tentando encontrar algo para assistir, antes de ir dormir.

 

Televisão não é só hábito, mas em termos de futebol, também é interesse do torcedor pelo torneio, onde seu time está.

 

Já que, se ele não está ou foi eliminado, não há por que ver os jogos.

 

Pois poucos assistem pelo esporte, porém quase todos acompanham pela paixão por um clube. 

Por Higor Maffei Bellini.

O esporte, bem como o ambiente que o cerca, é um reflexo de cada sociedade, em determinado recorte histórico.

Sei que digo isso sempre, contudo as pessoas acabam por nunca lembrar disso, querendo impor à outra sociedade, em um evento esportivo, a sua realidade.

E assim nasce um choque entre culturas, na arena esportiva, que pode levar desde um grande mal-entendido entre os clubes, podendo chegar a um confronto físico entre os jogadores/torcedores.

Por isso, é preciso ter o mínimo de conhecimento sobre como é a realidade naquela sociedade, onde o jogo irá acontecer, para se evitar esses choques culturais, que trazem, porque não, uma pitada de um olhar de colonização, onde apenas a minha sociedade é perfeita e correta.E por a sociedade da equipe visitante ser a única correta, se tem a infeliz ideia de buscar impor os valores da visitante sobre a visitada.

Assim se faz necessário ter cuidado, para que o meio esportivo não seja a justificativa para a imposição de um valor cultural sobre aquela população, que até esse momento do recebimento da torcida visitante se entendia como perfeita, como correta.

Mas que com o contrato com o visitante passa a se ver como incorreta, que precisa se moldar aos novos valores estrangeiros.

Por Higor Maffei Bellini 

Hoje é dia da final da primeira competição feminina do ano de 2025, a Supercopa Feminina. E não se vê atividade dos clubes para promover a final, em jogo único, ou preparar a torcida para celebrar o título.

Os departamentos de marketing de qualquer grande clube são ótimos, trabalhando para promover as marcas dos clubes. Especialmente quando se trata das equipes masculinas.

Contudo, quando é para tratar de vender o produto futebol feminino, temos a impressão de que não há a mesma faculdade.

Esse era o momento de ativar a presença das atletas em programas de televisão, ter matérias em programas de rádio, ou presença em podcast não apenas para promover a final, as equipes, as atletas, mas principalmente os seus patrocinadores.

É importante aproveitar essa oportunidade para demonstrar que quem investir no futebol feminino daquele, vai receber o mesmo tratamento que aquele que está no masculino.

Contudo, isso não aconteceu na intensidade que poderia e precisaria acontecer, para demonstrar que internamente as equipes conseguem receber a mesma atenção do marketing e que os clubes conseguem apresentar ao mundo suas equipes femininas.

Por Higor Maffei Bellini.

Sim, a pergunta é essa mesma: Quando um atleta está recuperado de uma lesão?

Não é quando o médico ou ainda o fisioterapeuta diz: você está bom, pode ir para o campo, ou quadra, seja lá onde quer que se pratique o esporte.

Mas sim, quando o atleta diz 'estou seguro, não tenho mais medo da lesão, ou de me lesionar de novo'.

E treina normalmente, com choque com os demais atletas, como se fosse o próprio jogo.

E quando os demais companheiros de clube não evitam mais o choque, o confronto.

Quando acaba o medo de lesionar novamente o companheiro.

Por isso digo que não adianta fazer um ou dois treinos, filmados para ser exibidos no YouTube ou então juntados em uma reclamação trabalhista, apenas para dizer que os longos meses de recuperação da cirurgia deram resultado.

A recuperação efetiva apenas pode ser reconhecida com esses fatores em conjunto: a confiança dos demais atletas e a ausência de medo pelo atleta.

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