Por Higor Maffei Bellini
Não vamos tratar das SAF que estejam na não de diversos investidores, ou que venham a colocar suas ações para serem negociadas em bolsa, como aconteceu em países europeus, neste texto. Mas vamos tratar do que aconteceu no Brasil até hoje 27 de dezembro de 2021, onde Cruzeiro e Botafogo foram comprados por pessoas físicas. Onde é possível identificar a pessoa que é a detentora das cotas da SAF, e por consequência aqueles que detém a palavra final sobre todas as questões.
A lei que regulamenta a sociedades anónimas do futebol no Brasil é a 14.913/2021 . Talvez, os criadores da lei, não tenha imaginado que as Safs seriam compradas por uma única pessoa, seja física ou jurídica, talvez tenham imaginado que seriam compradas por sócios do antigo clube mãe, ou por torcedores destes clubes. Não tendo pensado que seriam compradas por um torcedor declarado de outro clube ou por um estrangeiro, que viram uma oportunidade de negócios.
Ninguém compra um negocio por ser torcedor, o que se deseja é ter um negocio que traga retorno financeiro a médio e longo prazo. E todos aqueles que estão injetando em valores em Euros menos de 100 milhões, sabem disso.
É torcida o seu clube foi comprado por uma pechincha. Explico os 400 milhões de reais com a cotação do Euro de agora a R$ 6,39 representa um valor na moeda europeia de 62.597.809,07 ou seja pouco mais de sessenta e dois milhões e meio de euros, um valor menor que a multa rescisória de alguns jogadores
Mas o que te convenceram que essa era a saída para o problema do seu clube e você aceitou, mas, não te contaram a história toda já que agora você, ao menos nestes casos ao que tudo indica pelas informações das negocias, a presidência da SAF ficará a cargo da pessoa escolhida pelo investidor se este não desejar ele mesmo tomar a frente, o que não deve acontecer, já que estes são apenas mais um dos negócios dos investidores.
Voltando ao tema ou começando de fato como ficam aqueles torcedores, destes clubes e dos demais que podem seguir o mesmo caminha, já que ao que parece esta é a panaceia para o futebol Brasileiro, que pediam eleições diretas para presidentes, mandados curtos, sem possibilidade de reeleição, a separação do clube social do futebol?
A resposta hoje é simples, ganharam e não levaram.
O clube social foi separado do futebol a SAF é a separação, mas, a direção do futebol que passou a ser empresa dona do departamento do futebol vai ter a sua presidência decidida por quem comprou as cotas sociais, e, como dito nos acontecimento noticiados foram vendidos no caso do Cruzeiro 90% das cotas, não tem mais o clube social qualquer poder de indicar o presidente.
Presidente este que será eleito sequer de forma indireta pelos sócio do clube social, ou dos torcedores, que deverão apenas assistir a indicação e a nomeação de uma pessoa que representará a vontade do novo do clube. E è importe deixar claro que a SAF no que até se apresenta esta tem um dono, não se podendo falar nem mesmo como figura de ligam que o time é da torcida, posto que não é sequer do clube que vendeu o departamento de futebol.
Assim aqueles que desejam ver a alternância de poder no clube, achando que isso melhoraria a gestão do departamento de futebol, podem perder a ilusão, se mantida a venda das ações para uma única pessoa ou um único fundo de investimentos, já que a presidente da SAF sempre será do indicado por eles.